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Trabalhar depois da aposentadoria: conheça profissionais satisfeitos

Foi-se o tempo em que os brasileiros planejavam descansar em casa e aproveitar o tempo livre com os amigos e a família depois de uma certa idade. Com as mudanças econômicas e sociais do país, parte dos profissionais tem uma nova preocupação: como trabalhar depois da aposentadoria para se manter ativos e, principalmente, complementar o benefício do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social)?

Pesquisa realizada em todas as capitais brasileiras pela CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) e pelo SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) com 612 pessoas com mais de 60 anos de idade aponta que 48% delas continuam trabalhando para se sentir produtivas, 47% para complementar a renda e 46% para manter a mente ocupada.

Embora 76% dos entrevistados vejam a extensão do período de trabalho como algo positivo, 91% afirmam que ainda contribuem para o sustento da casa, sendo que 43% admitem ser os principais responsáveis por manter financeiramente a família.

O estudo aponta também que a pretensão dos profissionais aposentados é trabalhar, em média, até os 74 anos. Muitos, no entanto, dizem não saber ao certo quando, de fato, vão parar.

“A geração de profissionais que hoje está se aposentando girava em torno do trabalho. Para eles, se aposentar é como acabar o mundo”, explica José Vignoli, educador financeiro do SPC Brasil.

Segundo o especialista, para que a transição entre o período de atividade profissional e a aposentadoria seja mais tranquila, principalmente em relação ao dinheiro, o ideal é que o profissional se prepare financeiramente.

A recomendação é ainda procurar atividades que goste de fazer, para manter a mente ocupada e evitar a frustração de “ficar parado”.

Não à toa, o levantamento mostra que 47% dos aposentados contribuíram ou ainda contribuem com o INSS, e 34% também fazem ou fizeram algum tipo de investimento. “Os entrevistados começaram a se preparar [para a aposentadoria] aos 27 anos, em média. O brasileiro precisa acreditar no retorno do dinheiro investido ao longo tempo”, reforça o educador.

E, para se manter produtivo, Vignoli destaca inúmeras possibilidades para profissionais sêniores. Há desde projetos freelancers para aposentados com formação superior, como arquitetos e engenheiros, até serviços técnicos que exigem experiência, como os para contadores e mecânicos, entre outros. Trabalhos voluntários não devem ser descartados.

Recomeço: trabalhar depois da aposentadoria

Daniel Nogueira, especialista em finanças da consultoria norte-americana Crowe, afirma que empreender pode ser um grande recomeço para os aposentados, principalmente para os que ocuparam cargos de gestão ou administraram algum negócio durante a carreira.

Entre as opções consideradas promissoras para sêniores, Nogueira destaca as franquias – sistema de venda de licença na qual o franqueador cede ao franqueado o direito de uso da sua marca, patente, experiência e infraestrutura.

Com o detentor da marca por trás das operações, o aposentado tem mais segurança para tocar o negócio, mesmo sem apresentar experiência em administração. “Muitos investem a reserva financeira acumulada na carreira para abrir uma empresa neste modelo e utilizam o lucro para incrementar a renda”, diz.

Confeitarias e lojas de artesanato também são comuns entre profissionais experientes que deixaram o mercado de trabalho, avalia o especialista da Crowe. Com o avanço da tecnologia, contudo, Nogueira ressalta que aplicativos de mobilidade urbana se tornaram os principais aliados de pessoas que querem trabalhar após a aposentadoria e que buscam no volante uma renda extra e um canal para manter a mente ocupada.

“Muitos brasileiros decidem continuar trabalhando por prazer, para que se sintam ativos. Isso é saudável para eles e para toda a sociedade”, afirma Nogueira.

Confira, a seguir, sete sugestões para trabalhar depois da aposentadoria.

1. Transforme sua experiência em serviços de consultoria;

2. Dê aulas particulares sobre uma disciplina que tenha domínio;

3. Ofereça serviços de tradução de textos e livros, caso domine outros idiomas;

4. Se gostar de animais, seja babá de pets enquanto os donos vão viajar;

5. Considere ser motorista de aplicativos de transporte;

6. Venda seus pratos e doces pela internet e em aplicativos de alimentação;

7. Seja um secretário remoto e organize agendas e viagens de executivos de sua própria casa.

Fonte: institutomongeralaegon.org

Veja por que é mais vantajoso abrir uma empresa após os 50

O mercado de trabalho, depois de uma certa idade, não abre mais tantas portas. Ou chega a hora, após algumas décadas, de tirar o sonho do papel. Sejam por estes ou por outros motivos, empreender após os 50 anos tem sido uma opção. E há vantagens em abrir uma empresa na maturidade, segundo especialistas.

Em 2012, 7% dos empreendedores iniciais tinham mais de 55 anos; em 2016, esse número foi para 10%, segundo a pesquisa Global Entrepreneurship Monitor 2016, apoiada pelo Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) e realizada pelo Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade.

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística mostram que o número de empreendedores de 50 a 59 anos subiu de 3,5 milhões em 2002 para 5,5 milhões em 2014, o que representa um aumento de 57%, o maior entre as faixas etárias pesquisadas. Em segundo lugar, com 56%, vêm as pessoas com mais de 60 anos de idade.

Consultores entrevistados pelo portal do Instituto de Longevidade Mongeral Aegon apontam quais são as vantagens de abrir uma empresa na maturidade.

1. Mais experiência

O conhecimento obtido durante a trajetória profissional não se perde. E pode ser usado na gestão e no desenvolvimento do negócio. “Quando se adquire mais experiência, há mais adaptabilidade”, sinaliza Gaya Machado, palestrante e head trainer especialista em desenvolvimento do potencial humano e psicologia positiva na ADH Transforma.

O consultor em negócios e CEO da Contabilivre, Mauro Fontes, diz que se a bagagem for usada em uma área conhecida pelo futuro empreendedor, as chances de sucesso aumentam. Ele conta que já viu diversas pessoas que, depois de passar anos ou décadas em uma corporação, se aposentam ou são cortadas e depois passam a ser fornecedores de produtos ou serviços para o ex-empregador.

2. Menos risco

“Pessoas que passaram dos 50 anos tendem a ser mais cautelosas”, afirma Mauro. Isso os permite avaliar e ponderar riscos. Mas o consultor alerta que, se não dosada, a cautela pode se tornar um dos grandes inimigos da empresa. “O risco é inerente ao empreendedorismo. O perigo é ficar estagnado ou ser engolido pela concorrência”, diz ele.

“É preciso se abrir para o novo”, assinala Gaya. Uma das possíveis soluções para equilibrar esse cenário é ter alguém mais jovem no negócio, já que a geração Y é mais propensa a se arriscar.

3. Maior networking

Um colega aqui, outro acolá. Amigos e conhecidos podem ajudar muito o negócio, desde o projeto até as vendas. O ideal é não perder contato, mas, se a distância e o tempo prejudicaram a relação, é sempre possível entrar em contato por telefone, e-mail ou mesmo redes sociais. De preferência, segundo consultores, essa reaproximação deve ser feita antes de abrir a empresa. Networking é algo para ser cultivado no dia a dia.

4. Menor gasto pessoal

Muitas pessoas depois dos 50 anos já formaram os filhos e não têm mais tantas contas para pagar. A pressão de manter a família diminui. Isso dá uma margem de segurança financeira, uma aliada na abertura de um negócio.

5. Mais respeito

“No business, os mais velhos tendem a ser mais respeitados”, sinaliza Mauro. A experiência e a idade são diferenciais quando as negociações estão em jogo. Essa vantagem de empreender após os 50 anos pode, no entanto, se perder se o interlocutor notar inseguranças ou falta de conhecimento do negócio.

Fonte: institutomongeralaegon.org

Por que ficamos teimosos ao envelhecer?

O aposentado Márcio Quelhas, 80 anos, diz gostar de ajudar os outros à sua maneira. E assim foi quando se ofereceu para ajudar um amigo a arrumar uma porta que raspava no chão ao ser aberta. Como o colega não tinha serra, foi pegar uma elétrica em casa. Na pressa de cortar e na “teimosia” de não deixar o trabalho para um especialista, não viu que havia um prego na porta. “A serra bateu nele e voltou para a minha mão, arrancando uma parte do polegar esquerdo.”

Quelhas lembra que havia quatro pessoas ali. “Nenhuma delas sabia dirigir, então peguei meu próprio carro e corri para o hospital, com uma toalha estancando o sangue e o pedaço do dedo que havia sido arrancado no bolso”, diz. “Pedi para que ligassem para meu filho buscar o carro no hospital depois.”

Você já deve ter ouvido histórias parecidas antes. E se perguntado algo como “mas por que ele não buscou outro tipo de ajuda para ir até o pronto-socorro?” Em meio a essas indagações, é bem possível que tenha pensado que esse é um caso clássico de teimosia dos idosos.

Em relação a esse tema, inicialmente é preciso lembrar teimosia dos idosos não é algo homogêneo. “As diferenças já começam pelo grau de lucidez da pessoa”, explica Andréa Coutinho, gerente operacional do Residencial Vida Nova para Idosos, que fica em São Paulo.

Dessa forma, são diversas as estratégias para lidar com alguém que compreende a realidade que o cerca ou com um indivíduo que apresenta algum grau de confusão mental. No segundo caso, muitas vezes, o idoso passa a experimentar sentimentos e percepções que não condizem com a realidade, e quem está à volta deve entender que nem sempre é recomendado bater de frente com suas convicções fantasiosas.

“Cuido de pacientes com Alzheimer que me perguntam por que seus pais os deixaram ali e pedem para ir para casa”, conta Andréa. “Não adianta falar para eles que seus genitores já morreram há muito tempo, porque eles vão se esquecer dessa informação e fazer as mesmas perguntas no dia seguinte”, orienta. “E, cada vez que lhes for revelado que seus pais já não estão mais vivos, eles enfrentarão um novo luto.”

Em situações como essa, o melhor a fazer é lançar mão da chamada mentira terapêutica: dizer alguma coisa que não condiz com a verdade, mas que trará algum conforto para o idoso. Algo como “seus pais estão trabalhando e te deixaram aqui para passar o dia”. É uma fala que vai mais ao encontro da condição cognitiva da pessoa, que se vê como uma criança por estar em um processo de vivência de antigas memórias.

Estratégias

Postura semelhante de convencimento pode ser adotada em situações de resistência que envolvem idosos teimosos que não apresentem um quadro de perda de cognição e memória. É comum, por exemplo, eles se negarem a tomar determinada medicação. “Podemos falar que seu filho ou seu médico disseram que aquele remédio só lhe faria bem e que ele precisa tomá-lo, ainda que isso não tenha acontecido exatamente assim”, ensina Andréa. “Os mais velhos costumam valorizar as opiniões dos médicos.”

Paciência e psicologia são dois termos-chave na hora de lidar com a obstinação dos que atingiram a maturidade. Gal Rosa, terapeuta ocupacional especializada em gerontologia, lista uma série de razões que podem levar um idoso a um comportamento que envolva teimosia. Depressão, cansaço, irritação e até dificuldades auditivas podem torná-lo resistente a conselhos e opiniões.

Na tentativa de comunicação e entendimento, há quem muitas vezes se esqueça de que os mais velhos reiteram atitudes características do ser humano em qualquer idade. “A opinião dos mais jovens costuma ser mais respeitada, o idoso é visto como um inútil que tem de receber ordens”, afirma Andréa Coutinho. “É necessário perceber que ele também tem vontades. Quando ele se recusa a comer determinado alimento, é tachado de teimoso. Quantas restrições a vários tipos de comida os mais novos também não têm? Só que, nesse caso, a situação é interpretada simplesmente como uma questão de gosto e não de teimosia.”

Protesto

Fazer greve de fome, por sinal, é uma forma que muitos idosos encontram para chamar a atenção ou demonstrar que algo lhes desagrada – como permanecer em um lugar em que não se sintam à vontade. “Às vezes estão cansados de ficar sozinhos”, ressalta Andréa. Segundo ela, é uma maneira de protestar em relação a isso. Quadros de depressão também costumam ocasionar esse tipo de comportamento, então é necessário estar atento à necessidade de medicação para essa doença.

Ouvir o mais velho. Saber o que tem a dizer e respeitar sua opinião. “Negociar” com ele lhe dando atenção e carinho, para que ele se sinta acolhido e compreenda a importância de tomar um remédio ou mesmo usar uma fralda geriátrica. Pensar que é o conforto dele que está em jogo. Ter o bom senso de perceber que é legítimo deixá-lo faltar a uma sessão de fisioterapia – quem nunca deixou de ir a uma aula mesmo sabendo que ela era importante? Evitar discutir com ele quando achar que está sendo teimoso. Afinal, todos nós perdemos a paciência às vezes; todos nós somos teimosos em alguma medida. Ou queremos chamar a atenção. Ou nos negamos a tomar um comprimido com medo dos efeitos colaterais. Ou preferimos pizza a sopa no jantar. Diante das dicas das especialistas, fica o aprendizado: também precisamos flexibilizar o nosso conceito de teimosia.

Fonte: institutomongeralaegon.org

Dicionário ajuda a entender a linguagem dos mais jovens

A gerente comercial Marisa Ramos é taxativa em sua afirmação: “detesto falar ao telefone”. Comunicação com ela, somente por mensagem de texto. Ligação? “Não atendo”, garante Marisa, enquanto se diverte com a própria resposta.

Assim como Marisa, milhões de adolescentes se recusam a atender a ligações de telefone e se comunicam apenas por aplicativos de trocas de mensagens de texto, como Whatsapp e Messenger. Quando perguntados sobre o motivo, a resposta é simplesmente porque preferem. Ponto!

Até aí, tudo bem. Com certo esforço para enxergar o teclado do smartphone, a empresária Gracinda Teixeira, de 58 anos, consegue manter uma comunicação escrita com o filho Gabriel, de 12 anos, que também se recusa terminantemente a atender às ligações da mãe. Dificuldade maior é entender a linguagem que o filho usa na rede, cheia de siglas, abreviações e palavras com novas grafias.

“Cada dia é uma sigla nova, uma expressão diferente. Sempre tenho que perguntar o que ele quer dizer com aquilo, é difícil entender, e eles nem sempre têm paciência para explicar”, reclama Gracinda.

Em entrevista ao programa Identidade Geral, exibida no dia 5 de novembro de 2017, o linguista Emílio Pagotto explica que toda língua varia e muda no tempo. “A língua, no seu curso da história, e os bons gramáticos sabem disso, ela vai se transformando. Até aquilo que a gente entende como certo ou que a gramática entende como certo é também um produto da história. Se a gente tomar o padrão de língua do século XVIII ou XIX, hoje, provavelmente cometeríamos erros. Porque naquele tempo, aquilo que concebia como certo e como errado mudou”, afirma o professor da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).

E para ajudar nossos leitores a entender a linguagem dos mais jovens, o portal de notícias do Instituto de Longevidade Mongeral Aegon preparou um minidicionário com os termos e siglas mais usadas na rede. Confira abaixo!

ADD: adicionar.

AFF: expressa indignação.

BBK: babaca.

BFF: Best friends forever (melhor amigo de todos os tempos).

Brinks: usado quando a pessoa deseja alertar que não estava falando sério, mas sim, brincando.

D+: demais.

Fake: falso.

FLW: Falou ou “falow”, como andam escrevendo pelas redes sociais.

Hater: pessoas que fazem comentários de ódio e críticas sem muito critério.

Lacrar: arrasar, ser incrível.

LOL: “Laughing Out Loud” ou “rindo alto”.

MDDC: Meu Deus do céu.

MDS: Meu Deus.

OMG!: “Oh my God!” ou “Ai meu Deus!”, é usada para expressar surpresa ou espanto.

Ootd: Outfit of the day ou Look do dia.

PFV: por favor.

PLMDDS: pelo amor de Deus.

Poser: pessoa que quer parecer algo que não é.

RBF: “Resting Bitch Face”, “cara de uó” ou “cara de paisagem”.

S2: representa um coração, bastante usado quando alguém “amou” receber uma mensagem ou para demonstrar carinho. Também é representado pelo desenho “<3”.

Sambar: arrasar, fazer algo incrível.

SDD: saudade.

SDV: segue de volta.

Shippar: mostrar aprovação por algum casal, seja ele de amigos ou de namorados.

SQN: “só que não”, geralmente utilizada de forma sarcástica após uma afirmação falsa.

TBT: Throwback Thursday (ou “quinta-feira de volta ao passado”, em livre tradução). Costuma que vem sendo disseminado nas redes sociais de usar a quinta-feira para republicar fotos ou postagens do passado.

TMJ: “tamo junto” ou “estamos juntos”.

Trollar: aprontar algo com alguém.

Spoiler: revelar informações sobre o conteúdo de algum livro, filme ou série, sem que a pessoa tenha visto.

VDD: verdade.

Fonte: institutomongeralaegon.org

Aposentadoria: por que os brasileiros não estão preocupados?

Por que os brasileiros se sentem mais bem preparados para a aposentadoria do que os trabalhadores de outros países? A Pesquisa Aegon de Preparo para a Aposentadoria 2018, lançada recentemente no Brasil pelo Instituto de Longevidade, realizou um estudo de caso para tentar entender a realidade brasileira e responder essa questão, já que, desde que se juntou à Pesquisa, em 2014, o Brasil consistentemente apareceu entre os três maiores pontuadores neste quesito.

Primeiramente é necessário entender o Sistema de Seguridade Social brasileiro. Considerado um dos mais generosos do mundo, ele permite que pessoas se tornam elegíveis para reivindicar um benefício, quer seja com base em anos de contribuição (35 anos para homens e 30 anos para as mulheres, sem idade mínima requerida), quer seja ao alcançar uma certa idade, com um mínimo de 180 meses de contribuição (65 anos de idade para os homens e 60 anos de idade para as mulheres). Além disso, a possibilidade de acumular benefícios vitalícios na sua totalidade, sem qualquer limitação, colabora com tamanha generosidade.

Aproximadamente 8% da população do Brasil é de pessoas com mais de 60 anos, mas as despesas previdenciárias são da ordem de 12% do PIB do país. Em comparação, a Alemanha, a Espanha e a Grécia têm níveis de despesa semelhantes, mas os cidadãos mais velhos representam cerca de 25% das populações totais destes países.

Nilton Molina, presidente do Conselho de Administração do Grupo Mongeral Aegon, destaca que, para a maioria dos trabalhadores no país, “não haverá uma perda financeira significativa na substituição do salário de trabalho pelos benefícios de aposentadoria do governo”.

Os números comprovam a visão de Molina. Atualmente, o sistema de aposentadoria da Seguridade Social paga benefícios individuais num valor máximo mensal de R$ 5,6 mil. O valor médio real de benefícios de aposentadoria (com base na escolha de ‘anos de contribuição’) é de R$ 2 mil. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a renda média mensal real dos trabalhadores é R$ 2,2 mil.

Outro fator que muito contribui para a visão otimista dos brasileiros é que o povo ainda se entende como um país jovem e pensa que o futuro é algo muito distante. A população envelheceu e a pirâmide etária, aos poucos, vem alterando seu formato, diminuindo sua base ao passo em que aumenta o seu topo.

Um dos mais respeitados especialistas em previdência do país, o economista Paulo Tafner acrescenta que o Brasil tinha 8,4 trabalhadores ativos para cada pensionista no ano 2000. Até 2030, esta proporção será de 4 trabalhadores ativos para cada pensionista. Em 2060, a previsão é que caia para apenas 2.

O sistema previdenciário público no Brasil é um sistema do tipo “pay-as-you-go”, o que significa que há uma necessidade urgente de reforma e ganhos de produtividade na força de trabalho para que os futuros trabalhadores gerem renda suficiente – e contribuições suficientes – para apoiar futuros aposentados.

No livro Trópicos Utópicos, o economista e filósofo brasileiro Eduardo Giannetti destaca a utopia dos brasileiros como uma característica bem marcante. “Independentemente de viver e ganhar seu sustento em condições precárias, a maioria dos brasileiros se considera feliz e satisfeita com a vida”, comenta Giannetti.

O “jeitinho brasileiro” também apareceu no estudo de caso como um traço cultural bastante marcante na sociedade brasileira. A improvisação para resolver problemas, geralmente de forma bastante criativa pela falta de recursos, leva ao não uso de procedimentos ou técnicas previamente estipuladas. O lado positivo é que essa tendência pode inspirar – e inspira – a criatividade do povo.

Segundo o estudo, a combinação de um generoso sistema de Seguridade Social e a percepção do brasileiro de se identificar como pertencente a um país jovem, com uma atitude confiante, ajudam a explicar por que os trabalhadores se sentem tão otimistas sobre a sua aposentadoria.

Por outro lado, o estudo chama para uma importante reflexão: tamanha criatividade pode traduzir-se na falta de planejamento e no erro comum de entendimento que “tudo vai dar certo no último minuto?”

Fonte: institutomongeralaegon.org

Dormir pouco pode causar danos à saúde de idosos, confirma estudo

Deus ajuda quem cedo madruga. Você provavelmente já ouviu esse ditado algumas vezes. Outro que você também provavelmente já deve ter escutado é que “Deus protege os idosos e as crianças”. Se juntarmos as duas, poderemos até desenvolver um novo sofisma: Se Deus ajuda a quem cedo madruga e se Ele protege os idosos, logo, quanto mais idoso você for, mais cedo você acordará.

Brincadeiras à parte, o fato de que as pessoas com mais idade passam menos horas dormindo é uma realidade que todos nós conhecemos.

Intrigados com isso, um grupo de cientistas americanos resolveu analisar diversos estudos sobre o assunto e concluiu que, ao envelhecermos, perdemos gradualmente a capacidade de ter um sono profundo, contínuo e restaurador. Até aí, nenhuma novidade.

O problema está na segunda parte do novo estudo, que traz as consequências dessas horas a menos de sono. Publicado em abril de 2017 na revista Neuron, o texto afirma que não é apenas o sono que muda com o envelhecimento, mas o processo de envelhecimento também muda de acordo com o sono de uma pessoa. Como resultado teremos o surgimento de problemas físicos e mentais que aceleram ainda mais o envelhecimento, como um círculo vicioso.

Diretor do Laboratório de Sono e Neuroimagem da Universidade da Califórnia em Berkeley, nos Estados Unidos, e um dos autores do estudo, Matthew Walker afirma que um dos principais problemas ligados ao envelhecimento e agravados pela perda do sono é a demência.

Segundo o diretor, cada uma das principais doenças que estão causando mortes nos países desenvolvidos – como diabetes, obesidade, Alzheimer e câncer -, tem uma forte relação causal com a falta de sono. E que, à medida que ficamos mais velhos, a probabilidade de todas essas doenças aumentam consideravelmente.

“Às vezes, o paciente necessita de uma quantidade menor de sono para descansar e acorda bem. Essa quantidade é individual, subjetiva”

“Insônia é uma queixa muito comum e fica mais frequente ainda entre os pacientes idosos”, relata a neurologista Thaiz Fernandes, do Hospital Estadual Getulio Vargas. Ela explica que é necessário entender que a arquitetura do sono muda com o tempo, o que é confirmado nos exames de Polissonografia Noturna. “As fases de sono mais profundo, que são as fases 3 e 4, têm uma duração menor no idoso e também são mais comuns os microdespertares”, comenta a especialista.

Porém, mais que a quantidade de horas, é a qualidade desse sono que importa, ressalta Thaiz. “Às vezes, o paciente necessita de uma quantidade menor de sono para descansar e acorda bem. Essa quantidade é individual, subjetiva”, pontua.

Walker afirma que a perda do sono entre os idosos ocorre, não por uma menor necessidade de descanso, mas por uma lenta degradação dos neurônios e circuitos localizados nas áreas que regulam o sono, o que leva a um tempo cada vez menor nos estágios do chamado sono não REM.

Os estágios do sono

O sono é um estado transitório e reversível, que se alterna com a vigília (estado desperto). É dividido em dois estados distintos: o sono não REM, mais lento, e o sono REM, com atividade cerebral mais rápida (a sigla REM, em inglês, significa movimentos rápidos dos olhos).

Normalmente, o sono não REM acontece na primeira parte da noite, enquanto o REM é predominante na segunda parte. Contudo, os dois estados se alternam ciclicamente ao longo da noite, repetindo-se a cada 70 a 110 minutos, com 4 a 6 ciclos por noite. A distribuição desses estados pode ser alterada por fatores como idade, ritmo circadiano, temperatura ambiente, ingestão de drogas ou por determinadas doenças.

Tratamentos possíveis

Thaiz explica que existem dois tipos de tratamentos indicados: os farmacológicos e os não farmacológicos. “Primeiramente, é necessária uma avaliação médica para saber se a insônia é primária (isolada) ou secundária (clínica ou psiquiátrica). Feito isso, podemos definir se será um tratamento farmacológico, em que fazemos uso de medicamentos para melhorar a qualidade do sono, ou não farmacológicos, que consistirá em uma mudança de comportamento e algumas medidas de orientação”, destaca.

Veja abaixo algumas dicas para melhorar a qualidade do seu sono:

  • Ter horários regulares para dormir e despertar;
  • Ir para a cama somente na hora dormir;
  • Ter um ambiente de dormir adequado: limpo, escuro, sem ruídos e confortável;
  • Não fazer uso de álcool ou café, determinados chás e refrigerantes próximo ao horário de dormir;
  • Não fazer uso de medicamentos para dormir sem orientação médica;
  • Evitar pequenos cochilos ao longo do dia;
  • Jantar moderadamente em horário regular e adequado;
  • Não levar problemas para a cama;
  • Realizar atividades repousantes e relaxantes preparatórias para o sono.

Cientistas brasileiros realizam pesquisa semelhante

Em 2014, uma equipe de cientistas do Instituto do Sono, ligado à Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), também desenvolveu um estudo sobre o tema, chegando a conclusões semelhantes. Publicado no mesmo ano na revista Sleep Medicine, o estudo reuniu mais de mil pessoas moradoras da cidade de São Paulo.

Professor de Biologia e Medicina do Sono na Unifesp e um dos autores do estudo, o geriatra Ronaldo Piovezan explica que o estágio mais profundo do sono não REM é fundamental para a recuperação corporal por ser onde ocorre a liberação de alguns hormônios. Um deles é o do crescimento, muito importante para a regulação do funcionamento muscular. A perda do sono, argumenta o especialista, pode então estar ligada à perda de massa muscular na velhice, o que pode levar à dificuldade de locomoção e aumentar o risco de quedas.

Thaiz lembra que alguns estudos afirmam que a prática de atividades físicas ajudam na qualidade do sono. Porém, praticar exercícios à noite, perto do horário de dormir, pode prejudicar a qualidade do sono.

Fonte: institutomongeralaegon.org

O que (não) dizer a pessoas com doenças graves

Aos 21 anos, o então estudante de física Stephen Hawking recebeu o diagnóstico: ELA (esclerose lateral amiotrófica), uma doença sem cura que reduz a funcionalidade dos músculos. Isolou-se, entrou em depressão e se recusou a sair do quarto. Jane, que viria a se tornar esposa do britânico mais tarde, o confortou. Fez com que ele encontrasse forças para lidar com a situação. E provou que o carinho e a sensibilidade podem auxiliar o paciente, a família e os amigos a lidar com a situação.

Mas saber o que fazer – ou falar – em um momento de dor profunda de um familiar ou amigo é, por vezes, um desafio. “A pessoa perde o chão”, resume a assistente social Cecília Helena de Moura Campos, da Abrela (Associação Brasileira de Esclerose Lateral Amiotrófica). Um gesto ou palavra pode ajudar na mesma medida que atrapalhar.

Não falar, mas escutar foi a forma que o empresário Arnaldo Pereira Aranha, 51 anos, encontrou para ouvir que o irmão estava com ELA, 12 anos atrás. “Ele contou por alto”, lembra. Não o encheu de perguntas – mesmo sem saber muito bem o que era a doença – mas foi, aos poucos, pesquisando.

Descobriu que a Abrela oferecia encontros para familiares e decidiu participar. Lá, aprendeu como segurar uma pessoa com ELA, o que fazer para colocá-la no carro, de que forma levantá-la. “Não trato meu irmão como um bibelô”, resume. E complementa: “Mas faço de tudo para que ele fique feliz”.

Conheça, a seguir, o que falar ou fazer quando uma pessoa querida tem o diagnóstico de uma doença sem cura.

Aja naturalmente

O que Arnaldo faz – não toma a frente do irmão, quando ele mesmo é capaz de fazer algo – é uma das formas de auxiliar. Algumas doenças neurodegenerativas vão afetar, durante sua progressão, a capacidade cognitiva. Até lá, é sempre bom respeitar a opinião e os desejos do paciente, tratando-o com respeito e não infantilizando (“já tomou o remedinho?) ou vitimizando (“coitado, que triste passar por algo assim”).

Esteja pronto para ouvir

Doença, doença, doença. É tudo o que vai ocupar a mente do paciente por algum tempo. Dê abertura para que a pessoa fale, desabafe, chore. E, se houver silêncio, basta respeitá-lo. Algumas vezes, é preciso dar espaço para que o outro consiga falar no momento certo.

Esteja pronto para agir

Conseguir atendimento especializado pode ser uma via-crúcis – desgastante e demorada. Se puder, ofereça apoio ou mobilize um grupo para que vocês, juntos, possam dar conta da tarefa. Na dúvida, busque associações de familiares ou pacientes, que têm orientações preciosas para lidar com recusas de planos de saúde, falta de vagas em instituições e fornecimento de equipamentos necessários com a progressão da doença.

Respeite os limites do outro

“Tenha mais vontade” ou “não faça corpo mole” não são, nem de longe, os melhores conselhos. O paciente pode estar cansado ou ter algum sintoma da doença que impeça de andar mais rápido, por exemplo. O melhor a fazer, explica a assistente social, é buscar informação sobre a doença. E em uma fonte segura – associação de pacientes ou de familiares, instituição de ensino ou médicos e hospitais –, não na primeira página que aparecer em sua busca no Google.

Coloque seus limites

Mas é preciso se respeitar também. Os irmãos Arnaldo e João fazem compras juntos. Enquanto o primeiro pega os produtos, o segundo fica com o carrinho de compras. Há vezes em que João toma a dianteira para pegar os itens, enquanto o irmão mais novo está um pouco mais distante. “Você sabe como alguém com ELA cai? Como se fosse um tronco de madeira”, exalta-se. “Fico morrendo de medo.”

Arnaldo conta que os dois são transparentes um com o outro. E que, nessas situações, já chamou a atenção. “Ele riu e disse: ‘Aí, você me levanta’.” Também adotou na estratégia de deixá-lo esperando no balcão do açougue, por exemplo.

“Quero fazer os momentos dele comigo os mais felizes possível”

Seja positivo

Mazelas no dia a dia, quem não as tem? Mas repassá-las todas num bate-papo só vai fazer a pessoa diagnosticada com uma doença sem cura se sentir pior. O empresário, por exemplo, apesar de ter uma boa relação com o irmão, evita temas que possam deixá-lo preocupado. Também abusa do bom humor. “Ele ri muito comigo. Quero fazer os momentos dele comigo os mais felizes possível.”

Fonte: institutomongeralaegon.org

Cuidado: o mal do século 19 ainda ronda a sua porta

Considerada uma doença altamente contagiosa, a tuberculose é facilmente transmitida pelo ar, pela saliva ou através do contato direto com qualquer tipo de secreção corporal da pessoa infectada pelo Bacilo de Koch, bactéria causadora da doença.

Todos os anos, seis milhões de novos casos são registrados em todo o mundo, causando a morte de mais de um milhão de pessoas. Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil ocupa a 17ª posição no total de casos da doença entre os 22 países responsáveis por 82% dos registros mundiais. São 4,7 mil brasileiros mortos a cada ano vítimas da tuberculose.

São muitas as personalidades em todo o mundo que morreram por causa da doença. Considerada o mal do século 19, a tuberculose levou embora nomes como Dom Pedro I, Castro Alves, Noel Rosa, Simón Bolívar, Frédéric Chopin, Franz Kafka e George Orwell.

Os números são tão alarmantes que a Organização Mundial da Saúde decidiu criar, em 1982, o Dia Internacional do Combate à Tuberculose, comemorado no próximo sábado, 24 de março. O objetivo da data é incentivar a promoção de políticas e ações de prevenção e combate à doença nos países ao longo de toda a semana.

Procure a unidade de saúde da sua região e verifique a programação deste ano.

Sintomas mais comuns

O diagnóstico da tuberculose nem sempre é fácil e os sintomas podem passar despercebidos, causando a demora na busca pelo tratamento médico. A consequência é o enfraquecimento do organismo e o agravamento dos quadros de saúde.

Em caso de tosse seca ou com secreção por mais de três semanas, febre alta, dores na região do tórax, sensação de mal-estar, falta de ar, perda acentuada de peso, suor noturno e palidez, um médico pneumologista deve ser consultado. Alguns pacientes, no entanto, não apresentam sintomas, o que dificulta o tratamento.

O aumento do número de pessoas infectadas com o vírus da AIDS potencializou o surgimento de novos casos de tuberculose. A explicação é simples: o enfraquecimento do sistema imunológico da população soropositiva torna seus organismos mais propensos à contração do Bacilo de Koch.

Tratamento

Geralmente o problema é tratado com medicamentos antibióticos, com o paciente sendo submetido a cuidados rigorosos e constantes pelo período mínimo de seis meses, para evitar o risco de retorno com agravamento do quadro. Estatísticas mostram que grande parte dos pacientes infectados acaba largando o tratamento antes da sua finalização, por isso é muito importante o acompanhamento de um profissional da saúde durante todo o processo.

A doença, que afeta principalmente os pulmões, também pode se espalhar por ossos, cérebro, pele, rins e coluna vertebral.

Veja abaixo os tipos de tuberculose:

  • Tuberculose ocular: atinge primeiramente os pulmões e, posteriormente, o globo ocular. Considerada rara, essa tuberculose é mais comum entre indivíduos da raça negra e com as defesas imunológicas fracas, como soropositivas, diabéticas ou com câncer.
  • Tuberculose pleural: ataca a pleura, uma membrana do pulmão, e causa sintomas como dor na região do tórax, falta de ar e água na membrana pleural.
  • Tuberculose do peritônio: tipo mais raro da doença e também o mais grave, com alto índice de mortalidade. Seu diagnóstico é um dos mais difíceis, sendo necessária a realização de laparoscopia.
  • Tuberculose extrapulmonar: se espalha por outros órgãos do corpo, além dos pulmões.
  • Tuberculose ganglionar: mais comum entre pacientes infectados com o vírus HIV, este tipo de tuberculose ataca os gânglios do pescoço. Apesar de não causar dor, o crescimento dos linfonodos pode levar ao surgimento de fístulas na pele.
  • Tuberculose óssea: afeta a coluna vertebral, causando dores nas costas. Com o tempo, os sintomas pioram consideravelmente. Se não tratada corretamente, pode causar alterações no sistema neurológico e motor do corpo.
  • Tuberculose do coração: inflamação da membrana que envolve o coração, conhecida como pericárdio (pericardite), causando complicações em diversas partes do corpo.
  • Tuberculose urinária: possui sintomas bem semelhantes aos de uma infecção urinária, e o tratamento errado pode levar ao agravamento do problema, podendo chegar a um quadro de insuficiência renal.
  • Tuberculose cutânea: muito comum em países tropicais e com muita umidade, e entre indivíduos de baixa renda social ou imunodeprimidos. Atinge primeiramente o pulmão, posteriormente se espalhando para outros órgãos.
  • Tuberculose cerebral: exige atenção redobrada, pois o agravamento dessa tuberculose pode evoluir para uma meningite e tumores no sistema nervoso central.

Em qualquer um dos casos, evite a automedicação e procure um especialista.

Fonte: Instituto de Longevidade Mongeral Aegon