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Trabalhar depois da aposentadoria: conheça profissionais satisfeitos

Foi-se o tempo em que os brasileiros planejavam descansar em casa e aproveitar o tempo livre com os amigos e a família depois de uma certa idade. Com as mudanças econômicas e sociais do país, parte dos profissionais tem uma nova preocupação: como trabalhar depois da aposentadoria para se manter ativos e, principalmente, complementar o benefício do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social)?

Pesquisa realizada em todas as capitais brasileiras pela CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) e pelo SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) com 612 pessoas com mais de 60 anos de idade aponta que 48% delas continuam trabalhando para se sentir produtivas, 47% para complementar a renda e 46% para manter a mente ocupada.

Embora 76% dos entrevistados vejam a extensão do período de trabalho como algo positivo, 91% afirmam que ainda contribuem para o sustento da casa, sendo que 43% admitem ser os principais responsáveis por manter financeiramente a família.

O estudo aponta também que a pretensão dos profissionais aposentados é trabalhar, em média, até os 74 anos. Muitos, no entanto, dizem não saber ao certo quando, de fato, vão parar.

“A geração de profissionais que hoje está se aposentando girava em torno do trabalho. Para eles, se aposentar é como acabar o mundo”, explica José Vignoli, educador financeiro do SPC Brasil.

Segundo o especialista, para que a transição entre o período de atividade profissional e a aposentadoria seja mais tranquila, principalmente em relação ao dinheiro, o ideal é que o profissional se prepare financeiramente.

A recomendação é ainda procurar atividades que goste de fazer, para manter a mente ocupada e evitar a frustração de “ficar parado”.

Não à toa, o levantamento mostra que 47% dos aposentados contribuíram ou ainda contribuem com o INSS, e 34% também fazem ou fizeram algum tipo de investimento. “Os entrevistados começaram a se preparar [para a aposentadoria] aos 27 anos, em média. O brasileiro precisa acreditar no retorno do dinheiro investido ao longo tempo”, reforça o educador.

E, para se manter produtivo, Vignoli destaca inúmeras possibilidades para profissionais sêniores. Há desde projetos freelancers para aposentados com formação superior, como arquitetos e engenheiros, até serviços técnicos que exigem experiência, como os para contadores e mecânicos, entre outros. Trabalhos voluntários não devem ser descartados.

Recomeço: trabalhar depois da aposentadoria

Daniel Nogueira, especialista em finanças da consultoria norte-americana Crowe, afirma que empreender pode ser um grande recomeço para os aposentados, principalmente para os que ocuparam cargos de gestão ou administraram algum negócio durante a carreira.

Entre as opções consideradas promissoras para sêniores, Nogueira destaca as franquias – sistema de venda de licença na qual o franqueador cede ao franqueado o direito de uso da sua marca, patente, experiência e infraestrutura.

Com o detentor da marca por trás das operações, o aposentado tem mais segurança para tocar o negócio, mesmo sem apresentar experiência em administração. “Muitos investem a reserva financeira acumulada na carreira para abrir uma empresa neste modelo e utilizam o lucro para incrementar a renda”, diz.

Confeitarias e lojas de artesanato também são comuns entre profissionais experientes que deixaram o mercado de trabalho, avalia o especialista da Crowe. Com o avanço da tecnologia, contudo, Nogueira ressalta que aplicativos de mobilidade urbana se tornaram os principais aliados de pessoas que querem trabalhar após a aposentadoria e que buscam no volante uma renda extra e um canal para manter a mente ocupada.

“Muitos brasileiros decidem continuar trabalhando por prazer, para que se sintam ativos. Isso é saudável para eles e para toda a sociedade”, afirma Nogueira.

Confira, a seguir, sete sugestões para trabalhar depois da aposentadoria.

1. Transforme sua experiência em serviços de consultoria;

2. Dê aulas particulares sobre uma disciplina que tenha domínio;

3. Ofereça serviços de tradução de textos e livros, caso domine outros idiomas;

4. Se gostar de animais, seja babá de pets enquanto os donos vão viajar;

5. Considere ser motorista de aplicativos de transporte;

6. Venda seus pratos e doces pela internet e em aplicativos de alimentação;

7. Seja um secretário remoto e organize agendas e viagens de executivos de sua própria casa.

Fonte: institutomongeralaegon.org

Veja por que é mais vantajoso abrir uma empresa após os 50

O mercado de trabalho, depois de uma certa idade, não abre mais tantas portas. Ou chega a hora, após algumas décadas, de tirar o sonho do papel. Sejam por estes ou por outros motivos, empreender após os 50 anos tem sido uma opção. E há vantagens em abrir uma empresa na maturidade, segundo especialistas.

Em 2012, 7% dos empreendedores iniciais tinham mais de 55 anos; em 2016, esse número foi para 10%, segundo a pesquisa Global Entrepreneurship Monitor 2016, apoiada pelo Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) e realizada pelo Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade.

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística mostram que o número de empreendedores de 50 a 59 anos subiu de 3,5 milhões em 2002 para 5,5 milhões em 2014, o que representa um aumento de 57%, o maior entre as faixas etárias pesquisadas. Em segundo lugar, com 56%, vêm as pessoas com mais de 60 anos de idade.

Consultores entrevistados pelo portal do Instituto de Longevidade Mongeral Aegon apontam quais são as vantagens de abrir uma empresa na maturidade.

1. Mais experiência

O conhecimento obtido durante a trajetória profissional não se perde. E pode ser usado na gestão e no desenvolvimento do negócio. “Quando se adquire mais experiência, há mais adaptabilidade”, sinaliza Gaya Machado, palestrante e head trainer especialista em desenvolvimento do potencial humano e psicologia positiva na ADH Transforma.

O consultor em negócios e CEO da Contabilivre, Mauro Fontes, diz que se a bagagem for usada em uma área conhecida pelo futuro empreendedor, as chances de sucesso aumentam. Ele conta que já viu diversas pessoas que, depois de passar anos ou décadas em uma corporação, se aposentam ou são cortadas e depois passam a ser fornecedores de produtos ou serviços para o ex-empregador.

2. Menos risco

“Pessoas que passaram dos 50 anos tendem a ser mais cautelosas”, afirma Mauro. Isso os permite avaliar e ponderar riscos. Mas o consultor alerta que, se não dosada, a cautela pode se tornar um dos grandes inimigos da empresa. “O risco é inerente ao empreendedorismo. O perigo é ficar estagnado ou ser engolido pela concorrência”, diz ele.

“É preciso se abrir para o novo”, assinala Gaya. Uma das possíveis soluções para equilibrar esse cenário é ter alguém mais jovem no negócio, já que a geração Y é mais propensa a se arriscar.

3. Maior networking

Um colega aqui, outro acolá. Amigos e conhecidos podem ajudar muito o negócio, desde o projeto até as vendas. O ideal é não perder contato, mas, se a distância e o tempo prejudicaram a relação, é sempre possível entrar em contato por telefone, e-mail ou mesmo redes sociais. De preferência, segundo consultores, essa reaproximação deve ser feita antes de abrir a empresa. Networking é algo para ser cultivado no dia a dia.

4. Menor gasto pessoal

Muitas pessoas depois dos 50 anos já formaram os filhos e não têm mais tantas contas para pagar. A pressão de manter a família diminui. Isso dá uma margem de segurança financeira, uma aliada na abertura de um negócio.

5. Mais respeito

“No business, os mais velhos tendem a ser mais respeitados”, sinaliza Mauro. A experiência e a idade são diferenciais quando as negociações estão em jogo. Essa vantagem de empreender após os 50 anos pode, no entanto, se perder se o interlocutor notar inseguranças ou falta de conhecimento do negócio.

Fonte: institutomongeralaegon.org