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Por que ficamos teimosos ao envelhecer?

O aposentado Márcio Quelhas, 80 anos, diz gostar de ajudar os outros à sua maneira. E assim foi quando se ofereceu para ajudar um amigo a arrumar uma porta que raspava no chão ao ser aberta. Como o colega não tinha serra, foi pegar uma elétrica em casa. Na pressa de cortar e na “teimosia” de não deixar o trabalho para um especialista, não viu que havia um prego na porta. “A serra bateu nele e voltou para a minha mão, arrancando uma parte do polegar esquerdo.”

Quelhas lembra que havia quatro pessoas ali. “Nenhuma delas sabia dirigir, então peguei meu próprio carro e corri para o hospital, com uma toalha estancando o sangue e o pedaço do dedo que havia sido arrancado no bolso”, diz. “Pedi para que ligassem para meu filho buscar o carro no hospital depois.”

Você já deve ter ouvido histórias parecidas antes. E se perguntado algo como “mas por que ele não buscou outro tipo de ajuda para ir até o pronto-socorro?” Em meio a essas indagações, é bem possível que tenha pensado que esse é um caso clássico de teimosia dos idosos.

Em relação a esse tema, inicialmente é preciso lembrar teimosia dos idosos não é algo homogêneo. “As diferenças já começam pelo grau de lucidez da pessoa”, explica Andréa Coutinho, gerente operacional do Residencial Vida Nova para Idosos, que fica em São Paulo.

Dessa forma, são diversas as estratégias para lidar com alguém que compreende a realidade que o cerca ou com um indivíduo que apresenta algum grau de confusão mental. No segundo caso, muitas vezes, o idoso passa a experimentar sentimentos e percepções que não condizem com a realidade, e quem está à volta deve entender que nem sempre é recomendado bater de frente com suas convicções fantasiosas.

“Cuido de pacientes com Alzheimer que me perguntam por que seus pais os deixaram ali e pedem para ir para casa”, conta Andréa. “Não adianta falar para eles que seus genitores já morreram há muito tempo, porque eles vão se esquecer dessa informação e fazer as mesmas perguntas no dia seguinte”, orienta. “E, cada vez que lhes for revelado que seus pais já não estão mais vivos, eles enfrentarão um novo luto.”

Em situações como essa, o melhor a fazer é lançar mão da chamada mentira terapêutica: dizer alguma coisa que não condiz com a verdade, mas que trará algum conforto para o idoso. Algo como “seus pais estão trabalhando e te deixaram aqui para passar o dia”. É uma fala que vai mais ao encontro da condição cognitiva da pessoa, que se vê como uma criança por estar em um processo de vivência de antigas memórias.

Estratégias

Postura semelhante de convencimento pode ser adotada em situações de resistência que envolvem idosos teimosos que não apresentem um quadro de perda de cognição e memória. É comum, por exemplo, eles se negarem a tomar determinada medicação. “Podemos falar que seu filho ou seu médico disseram que aquele remédio só lhe faria bem e que ele precisa tomá-lo, ainda que isso não tenha acontecido exatamente assim”, ensina Andréa. “Os mais velhos costumam valorizar as opiniões dos médicos.”

Paciência e psicologia são dois termos-chave na hora de lidar com a obstinação dos que atingiram a maturidade. Gal Rosa, terapeuta ocupacional especializada em gerontologia, lista uma série de razões que podem levar um idoso a um comportamento que envolva teimosia. Depressão, cansaço, irritação e até dificuldades auditivas podem torná-lo resistente a conselhos e opiniões.

Na tentativa de comunicação e entendimento, há quem muitas vezes se esqueça de que os mais velhos reiteram atitudes características do ser humano em qualquer idade. “A opinião dos mais jovens costuma ser mais respeitada, o idoso é visto como um inútil que tem de receber ordens”, afirma Andréa Coutinho. “É necessário perceber que ele também tem vontades. Quando ele se recusa a comer determinado alimento, é tachado de teimoso. Quantas restrições a vários tipos de comida os mais novos também não têm? Só que, nesse caso, a situação é interpretada simplesmente como uma questão de gosto e não de teimosia.”

Protesto

Fazer greve de fome, por sinal, é uma forma que muitos idosos encontram para chamar a atenção ou demonstrar que algo lhes desagrada – como permanecer em um lugar em que não se sintam à vontade. “Às vezes estão cansados de ficar sozinhos”, ressalta Andréa. Segundo ela, é uma maneira de protestar em relação a isso. Quadros de depressão também costumam ocasionar esse tipo de comportamento, então é necessário estar atento à necessidade de medicação para essa doença.

Ouvir o mais velho. Saber o que tem a dizer e respeitar sua opinião. “Negociar” com ele lhe dando atenção e carinho, para que ele se sinta acolhido e compreenda a importância de tomar um remédio ou mesmo usar uma fralda geriátrica. Pensar que é o conforto dele que está em jogo. Ter o bom senso de perceber que é legítimo deixá-lo faltar a uma sessão de fisioterapia – quem nunca deixou de ir a uma aula mesmo sabendo que ela era importante? Evitar discutir com ele quando achar que está sendo teimoso. Afinal, todos nós perdemos a paciência às vezes; todos nós somos teimosos em alguma medida. Ou queremos chamar a atenção. Ou nos negamos a tomar um comprimido com medo dos efeitos colaterais. Ou preferimos pizza a sopa no jantar. Diante das dicas das especialistas, fica o aprendizado: também precisamos flexibilizar o nosso conceito de teimosia.

Fonte: institutomongeralaegon.org

Sete dicas para melhorar a qualidade de vida do paciente com Parkinson

Os riscos de doenças crônicas, como a de Parkinson, aumentam progressivamente com a maior expectativa de vida da população. No mês de abril, existem duas datas para conscientizar a população sobre a doença: Dia Nacional do Parkinsoniano (4 de abril) e Dia Mundial de Conscientização da Doença de Parkinson (11 de abril). A doença, que afeta cerca de 200 mil brasileiros acima de 60 anos, ainda não possui medicações que impeçam sua evolução.

“Nestes casos, o diagnóstico precoce, o tratamento adequado e o acompanhamento geriátrico e neurológico são fundamentais para manter a autonomia do idoso”, afirma o geriatra da Cora Residencial Senior, Rodrigo César Schiocchet da Costa.

Ele explica que é muito importante que os sintomas sejam diagnosticados logo no início, para que os tratamentos (com remédios e terapias não medicamentosas) possam amenizar os sintomas característicos da doença. “Lentidão motora, rigidez nas articulações, tremores e desequilíbrio são os principais sintomas, mas também há outros, como diminuição do olfato, alterações intestinais e problemas com o sono”, orienta o geriatra.

O que é

O Parkinson, descrito pela primeira vez em 1817 pelo médico inglês James Parkinson, é uma doença neurológica, progressiva e não tem cura. Costuma se manifestar por volta dos 60 ou 70 anos de idade e atinge o sistema nervoso central, afetando a movimentação muscular do idoso. É caracterizada pela lentidão nos movimentos, tremor que aparece principalmente quando a pessoa está em repouso, rigidez da musculatura e instabilidade da marcha.

Segundo a Associação Brasil Parkinson, trata-se de uma degeneração de células cerebrais que produzem a dopamina, uma substância responsável por conduzir as correntes nervosas (neurotransmissores) a todas as partes do corpo. Com a diminuição, ou até mesmo a falta dessa substância, os movimentos são afetados, fazendo com que a pessoa desenvolva o Mal de Parkinson.

Tratamento

Com um diagnóstico precoce, é possível que o indivíduo tenha qualidade de vida e consiga conviver com a doença por anos. São alguns os tipos de medicamentos que podem ser utilizados no tratamento, mas cada paciente precisa de um acompanhamento médico individualizado e regular, o que é fundamental.

Além disso, só tomar os remédios não é o suficiente. Faz-se necessária uma complementação com fisioterapeutas, fonoaudiólogos, nutricionistas e psicólogos, que são peças-chave na melhora da qualidade de vida dos portadores de Parkinson. “Além do tratamento clínico, também existem algumas cirurgias que minimizam os sintomas. Mas é preciso uma avaliação criteriosa para saber quem pode ou não se beneficiar com esse procedimento”, explica Costa.

“Hoje, vemos pacientes há 15 anos com Parkinson, o que antes não era comum. Isso ocorre porque os pacientes são mais bem conduzidos do ponto de vista médico”, avalia o geriatra. Ele explica que orientar a família em relação aos riscos e aos cuidados mais direcionados permite aumentar a sobrevida e a funcionalidade dos idosos. Assim, com exercícios e adaptações, o portador de Parkinson pode melhorar sua autonomia e preservar sua independência, mesmo com a evolução da doença.

Estratégias para o bem-estar

1 – Diagnóstico precoce

É importante que o diagnóstico seja feito na fase inicial, para que o médico tenha condições de orientar as mudanças no estilo de vida. Quanto mais cedo começar o tratamento com o idoso e a família, melhor será o controle da evolução da doença. Com as medicações introduzidas no momento certo, ela pode se tornar menos agressiva ao paciente.

2 – Apoio da família

A doença envolve toda a família e as pessoas que cuidam do idoso. Por isso, todos devem participar do tratamento para conhecer melhor o problema, aprender a lidar com ele, tirar dúvidas do dia a dia e, assim, contribuir para o bem-estar do paciente.

3 – Atenção multidisciplinar

O apoio de profissionais de várias áreas, junto com o tratamento medicamentoso específico, pode reduzir os sintomas. Além do médico, os cuidados de uma enfermeira; de um fonoaudiólogo, que consegue conciliar a melhora da fala e da deglutição; de fisioterapeutas e educadores físicos, que estimulam a parte motora; e de nutricionistas, que orientam a alimentação, melhoram o cotidiano do paciente.

4 – Vida social

O idoso deve ser estimulado também a participar das atividades sociais e a manter sempre o contato com os amigos. Essas relações são essenciais para a qualidade de vida.

5 – Controle dos sintomas

As medicações atenuam os sintomas da doença, mas é imprescindível um tratamento realizado por uma equipe de profissionais de saúde que envolva exercícios e adaptações para melhorar a autonomia e preservar a independência do paciente.

6 – Risco de queda

É importante gerenciar o risco de queda, adaptando equipamentos e móveis na casa, pois é um grande risco para perda de funcionalidade no idoso.

7 – Saúde em dia

A prática de atividade física regular, a manutenção de atividades mentais e de relacionamentos interpessoais são muito importantes para envelhecer com saúde. Controlar a hipertensão, o diabetes, o colesterol, respeitar o horário do sono, visitar o médico periodicamente e evitar o cigarro e álcool são medidas preventivas essenciais.

Fonte: institutomongeralaegon.org

Cuidado: o mal do século 19 ainda ronda a sua porta

Considerada uma doença altamente contagiosa, a tuberculose é facilmente transmitida pelo ar, pela saliva ou através do contato direto com qualquer tipo de secreção corporal da pessoa infectada pelo Bacilo de Koch, bactéria causadora da doença.

Todos os anos, seis milhões de novos casos são registrados em todo o mundo, causando a morte de mais de um milhão de pessoas. Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil ocupa a 17ª posição no total de casos da doença entre os 22 países responsáveis por 82% dos registros mundiais. São 4,7 mil brasileiros mortos a cada ano vítimas da tuberculose.

São muitas as personalidades em todo o mundo que morreram por causa da doença. Considerada o mal do século 19, a tuberculose levou embora nomes como Dom Pedro I, Castro Alves, Noel Rosa, Simón Bolívar, Frédéric Chopin, Franz Kafka e George Orwell.

Os números são tão alarmantes que a Organização Mundial da Saúde decidiu criar, em 1982, o Dia Internacional do Combate à Tuberculose, comemorado no próximo sábado, 24 de março. O objetivo da data é incentivar a promoção de políticas e ações de prevenção e combate à doença nos países ao longo de toda a semana.

Procure a unidade de saúde da sua região e verifique a programação deste ano.

Sintomas mais comuns

O diagnóstico da tuberculose nem sempre é fácil e os sintomas podem passar despercebidos, causando a demora na busca pelo tratamento médico. A consequência é o enfraquecimento do organismo e o agravamento dos quadros de saúde.

Em caso de tosse seca ou com secreção por mais de três semanas, febre alta, dores na região do tórax, sensação de mal-estar, falta de ar, perda acentuada de peso, suor noturno e palidez, um médico pneumologista deve ser consultado. Alguns pacientes, no entanto, não apresentam sintomas, o que dificulta o tratamento.

O aumento do número de pessoas infectadas com o vírus da AIDS potencializou o surgimento de novos casos de tuberculose. A explicação é simples: o enfraquecimento do sistema imunológico da população soropositiva torna seus organismos mais propensos à contração do Bacilo de Koch.

Tratamento

Geralmente o problema é tratado com medicamentos antibióticos, com o paciente sendo submetido a cuidados rigorosos e constantes pelo período mínimo de seis meses, para evitar o risco de retorno com agravamento do quadro. Estatísticas mostram que grande parte dos pacientes infectados acaba largando o tratamento antes da sua finalização, por isso é muito importante o acompanhamento de um profissional da saúde durante todo o processo.

A doença, que afeta principalmente os pulmões, também pode se espalhar por ossos, cérebro, pele, rins e coluna vertebral.

Veja abaixo os tipos de tuberculose:

  • Tuberculose ocular: atinge primeiramente os pulmões e, posteriormente, o globo ocular. Considerada rara, essa tuberculose é mais comum entre indivíduos da raça negra e com as defesas imunológicas fracas, como soropositivas, diabéticas ou com câncer.
  • Tuberculose pleural: ataca a pleura, uma membrana do pulmão, e causa sintomas como dor na região do tórax, falta de ar e água na membrana pleural.
  • Tuberculose do peritônio: tipo mais raro da doença e também o mais grave, com alto índice de mortalidade. Seu diagnóstico é um dos mais difíceis, sendo necessária a realização de laparoscopia.
  • Tuberculose extrapulmonar: se espalha por outros órgãos do corpo, além dos pulmões.
  • Tuberculose ganglionar: mais comum entre pacientes infectados com o vírus HIV, este tipo de tuberculose ataca os gânglios do pescoço. Apesar de não causar dor, o crescimento dos linfonodos pode levar ao surgimento de fístulas na pele.
  • Tuberculose óssea: afeta a coluna vertebral, causando dores nas costas. Com o tempo, os sintomas pioram consideravelmente. Se não tratada corretamente, pode causar alterações no sistema neurológico e motor do corpo.
  • Tuberculose do coração: inflamação da membrana que envolve o coração, conhecida como pericárdio (pericardite), causando complicações em diversas partes do corpo.
  • Tuberculose urinária: possui sintomas bem semelhantes aos de uma infecção urinária, e o tratamento errado pode levar ao agravamento do problema, podendo chegar a um quadro de insuficiência renal.
  • Tuberculose cutânea: muito comum em países tropicais e com muita umidade, e entre indivíduos de baixa renda social ou imunodeprimidos. Atinge primeiramente o pulmão, posteriormente se espalhando para outros órgãos.
  • Tuberculose cerebral: exige atenção redobrada, pois o agravamento dessa tuberculose pode evoluir para uma meningite e tumores no sistema nervoso central.

Em qualquer um dos casos, evite a automedicação e procure um especialista.

Fonte: Instituto de Longevidade Mongeral Aegon

Saiba por que não tomar café da manhã pode comprometer sua saúde

O que você come quando acorda? Essa resposta pode revelar mais sobre sua saúde do que você imagina. Não tomar café da manhã aumenta o risco de aterosclerose, uma formação de placas de gordura nas artérias que obstrui o fluxo sanguíneo e pode levar a enfarte e derrame.

Essa é a conclusão de um estudo com 4.052 pessoas entre 40 e 54 anos de idade, publicado no periódico científico “Journal of the American College of Cardiology”. Foram identificados três padrões de consumo de café da manhã: 27% tinham uma refeição farta; 70% ingeriam entre 5% e 20% das calorias diárias, e 3% se alimentavam com menos de 5% das calorias do dia. O último grupo apresentou mais gordura nas artérias do que os demais.

Quem passava as primeiras horas quase sem comer também tinha maior diâmetro na cintura, maior índice de massa corporal, pressão arterial mais alta, mais lipídios no sangue e níveis mais altos de glicose em jejum.

Tomar café da manhã faz ainda mais pelo bem-estar, esclarece a geriatra Patrícia Alarcom. Durante o sono, o organismo trabalha em metabolismo mais baixo. A refeição matinal repõe as energias gastas nesse período e prepara o corpo para as atividades do dia, fazendo com haja melhor desempenho cognitivo e de funções fisiológicas. A falta de alimentos, segundo ela, pode provocar doenças imunológicas, anemia, cansaço e baixo rendimento intelectual.

Não tomar café da manhã também pode desequilibrar os hormônios relacionados à fome à saciedade, acrescenta a endocrinologista e clínica-geral Juliana Garcia. “Nosso corpo tem um ciclo biológico que muda a produção hormonal ao longo do dia, o que chamamos de ciclo circadiano hormonal. Durante a noite, nosso metabolismo está se preparando para o descanso, desacelerando. O excesso de calorias durante o período da noite e da madrugada pode facilitar o acúmulo de gordura e o ganho de peso, o que pode piorar o perfil endócrino-metabólico e os fatores para aumento do risco cardiovascular”, sinaliza.

A endocrinologista explica que, sem horários fixos para as refeições, na correria do dia a dia, as pessoas correm o risco de fazer escolhas menos saudáveis em relação à qualidade e à quantidade de comida. Assim, acabam “consumindo excesso de calorias e alimentos de baixo valor nutricional”.

Como começar

Mas – e existe uma grande ressalva em tudo isso –, se a ideia é mudar o padrão, “ele tem de ser balanceado”, afirma Patrícia. “O tipo de alimento dependerá da individualidade de cada pessoa, comorbidades, peso, resposta metabólica”, indica Juliana.

De forma geral, diz a e endocrinologista, “uma fruta, uma fonte de proteína e fibras tornam o café da manhã saudável”. “Quanto mais saudável, mais natural e mais colorido, melhor vai ser seu dia em termos de disposição e de melhora intelectual e motora”, acrescenta Patrícia. Ambas recomendam começar a refeição com um copo de água.

Nunca é tarde para adotar hábitos saudáveis – mesmo depois dos 50 anos – e não tomar café da manhã pode virar hábito do passado. O ideal é acrescentar alimentos aos poucos, conforme a preferência de paladar. Para Juliana, “é importante estabelecer uma rotina alimentar o quanto antes e respeitar a sua individualidade quanto à fome e ao perfil metabólico”. E finaliza: “o café da manhã pode ser leve, não precisa ser farto”.

Perfil: institutomongeralaegon.org

BENEFÍCIO ASSISTENCIAL (LOAS) – O que é e como funciona

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O que é o Benefício Assistencial

O Benefício Assistencial (ou Benefício de Prestação Continuada – BPC) é a prestação paga pela previdência social que visa garantir um salário mínimo mensal para pessoas que não possuam meios de prover à própria subsistência ou de tê-la provida por sua família. Pode ser sub-dividido em Benefício Assistencial ao Idoso, concedido para idosos com idade acima de 65 anos e no Benefício Assistencial à Pessoa com Deficiência, destinado às pessoas com deficiência que estão impossibilitadas de participar e se inserir em paridade de condições com o restante da sociedade.

O Benefício Assistencial é garantia constitucional do cidadão, presente no art. 203, inciso V da Constituição Federal, sendo regulamentado pela Lei 8.742/93 (Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS).

Muitas pessoas chamam esse benefício de LOAS. Essa é uma denominação equivocada, embora seja extremamente comum, visto que LOAS é a Lei que dá origem ao benefício.

Quem tem direito ao Benefício Assistencial

Tem direito ao benefício os idosos com idade acima de 65 anos que vivenciam estado de pobreza/necessidade (o antigo conceito de estado de miserabilidade), ou pessoas com deficiência que estão impossibilitadas de participar e se inserir em paridade de condições com o restante da sociedade, e que também vivenciam estado de pobreza ou necessidade.

Destaca-se que para obtenção do benefício não é preciso que o requerente tenha contribuído para o INSS, bastando que este preencha os requisitos que serão apresentados abaixo. Portanto, contribuições previdenciárias NÃO são um requisito.

Requisitos do Benefício Assistencial

No que concerne aos requisitos para obtenção do benefício, o idoso precisa ter 65 anos ou mais e comprovar o estado de pobreza ou necessidade. Já a pessoa com deficiência deve comprovar, além do estado de pobreza ou necessidade (requisito sócioeconômico), que possui deficiência e que, em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas.

Assim, em síntese, o Benefício Assistencial possui os seguintes requisitos:

Para o idoso:

  • Ter mais de 65 anos de idade.
  • Vivenciar estado de pobreza/necessidade.

Para o portador de deficiência:

  • Possuir deficiência (pode ser de qualquer natureza) que, em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas (art. 3º, inciso IV da Lei 13.146/2015).
  • Vivenciar estado de pobreza/necessidade.

CadÚnico

Com a publicação do Decreto nº 8.805/2016, a inscrição no Cadastro Único de Programas Sociais do Governo Federal – CadÚnico – passou a ser requisito obrigatório para a concessão do benefício. O cadastramento deve ser realizado antes da apresentação de requerimento à unidade do INSS para a concessão do benefício.

Grupo familiar

Compõem a família do beneficiário do Benefício Assistencial o cônjuge ou companheiro, os pais (inclusive madrasta ou padrasto), irmãos solteiros, filhos solteiros, enteados solteiros e menores tutelados. Desde que todos vivam sob o mesmo teto.

Conceito de incapacidade

Outra questão que é bastante debatida é o conceito de incapacidade, sendo que a jurisprudência dominante entende que a incapacidade para a vida independente não é só aquela que impede as atividades mais elementares da pessoa, mas também a impossibilidade de prover seu próprio sustento.

Logo, a incapacidade parcial e temporária também pode ser suficiente para o deferimento do benefício.

Cumulação do Benefício Assistencial com outros benefícios

O Benefício Assistencial não pode ser acumulado com outros benefícios previdenciários ou outro benefício de prestação continuada.

Qual o valor do Benefício Assistencial?

O valor do Benefício Assistencial é de um salário mínimo e não há décimo terceiro salário.

Revisão e cessação

O Benefício Assistencial deve ser revisto a cada dois anos, para verificar se o beneficiário ainda reúne as condições de concessão do benefício, cessando imediatamente no momento em que superadas as condições ou com a morte do beneficiário.

Fonte: Previdenciarista

Cursos de Extensão para 3ª Idade: uma oportunidade de negócios para as faculdades

Existe no Brasil uma lacuna de negócios que podem ser ofertados a aposentados ou pessoas da 3º idade através de cursos de extensão das faculdades, universidades ou centro universitários. Hoje no Brasil são mais de 2.364 Instituições de Ensino Superior – IES, com mais de 33 mil cursos de graduação, e diversas pós-graduações, tanto presenciais quanto a distância que estão a pleno ritmo entre oferta e demanda, mas os cursos de extensão ainda não estão em um bom ritmo de ofertas.

Segundo o MEC:

“Os cursos de extensão não são, necessariamente, de pós-graduação já que são oferecidos tanto para alunos formados, como os que estão formação ou que ainda não tenham entrado para universidade. Ou seja, diferentemente dos demais cursos, a extensão universitária não tem como pré-requisito a graduação em curso superior para que os interessados possam se matricular em um dos inúmeros programas oferecidos pelas mais de 2.300 IES espalhadas pelo País. Como são abertos à sociedade, qualquer pessoa pode se inscrever desde que atenda os pré-requisitos estipulados pelas próprias instituições.”

Apesar das universidades se caracterizarem pela indissociabilidade das atividades de ensino, pesquisa e extensão, o requisito “extensão” deixa muito a desejar tantos nas IES federais e estaduais quanto nas privadas.

Entendo essa lacuna de mercado das IES como uma “miopia de marketing”, pois muitos dos mais de oito milhões e trinta e quatro mil alunos têm pais ou parentes próximos na terceira idade ou aposentados, os quais são potenciais “alunos/clientes” das IES em cursos de pós ou mesmo graduação.

Muita gente da seniorlescência que voltar a estudar e tecer o “segundo tempo” da carreira profissional, naquilo que sempre sonhou em fazer, mas não teve chance durante as fases da vida anteriores, ou por já ter se estabelecido em uma atividade profissional, mesmo não sendo aquela dos sonhos.

Os diretores das IES deveriam enxergar os cursos de extensão como potencial porta de entrada desses novos alunos seniores. Fazendo uma extensão aqui e ali, esse público 50+ pode se animar e decidir cursar uma graduação ou uma pós na sequência.

Sendo bem objetivo e prático, segue aqui uma lista de cursos de extensão que as IES podem investir para trazer a comunidade ainda mais para suas atividades e eventos com foco em atrair esse público seniorlescente:

  1. Aprendendo a modelar um negócio (para quem quer abrir uma pequena empresa);
  2. Como utilizar redes sociais para vender produtos e serviços ou fazer amigos;
  3. Inglês e espanhol para negócios e viagens;
  4. Como utilizar melhor orçamento familiar;
  5. Quero me tornar um consultor e palestrante.

Cada um que chegou aos 50 anos, tem a bagagem cheia de expertises, boa rede de relacionamentos e muito ainda a aprender e a oferecer em 2018. Feliz Ano Novo com novos planos, metas e conquistas. Saia da zona de conforto, saia dos aposentos, Sr. ou Sra. aposentado(a)!

Fonte: institutomongeralaegon.org

Em busca do envelhecimento saudável

Um dos principais desafios da geriatria é fazer com que as pessoas tenham um envelhecimento ativo e funcional, que preserve a autonomia do idoso. O risco da dependência física, mental ou financeira é justamente o que mais preocupa a maioria dos brasileiros, mais até que a morte ou a velhice, segundo pesquisa recente do Instituto Datafolha. O temor tem a ver com o envelhecimento do país. Dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostram que, em 2050, os idosos serão 66,5 milhões de pessoas (29,3% da população). Ao mesmo tempo, a expectativa de vida aumentará e deverá passar dos atuais 75 anos para 81 anos nas próximas duas décadas.

Na maioria das vezes, a forma como envelhecemos é consequência dos nossos hábitos. Existem doenças com componentes genéticos que não vão mudar ao longo da vida. Mas a maioria das doenças crônicas e degenerativas está relacionada aos nossos hábitos de vida. “Tudo que fazemos no dia a dia vai ter consequências na forma como a gente envelhece. Se fizermos tudo de forma preventiva, o envelhecimento vai ser mais saudável”, afirma Rodrigo César Schiocchet da Costa, geriatra da Cora Residencial Senior, a maior rede de instituições de longa permanência para idosos da América Latina.

Por isso, é importante, mesmo que seja a partir dos 60 anos, quando a pessoa é considerada idosa, praticar exercício físico com frequência, manter alimentação equilibrada, evitar o fumo e o consumo de álcool, ter uma vida social ativa, controlar o estresse e a ansiedade e fazer acompanhamento médico preventivo, para evitar e diagnosticar as doenças precocemente. “Com moderação e hábitos de vida saudáveis é possível um envelhecimento mais funcional e autônomo. E o risco de depender de cuidados externos para viver é muito menor. Caso isso ocorra, que seja no finalzinho da vida, por um curto período de tempo”, explica Costa.

Reserva de saúde

A orientação é não deixar para correr atrás do prejuízo lá na frente, quando as doenças já estão diagnosticadas. Mas o geriatra afirma que, uma vez estabelecida a enfermidade, isso não é sinônimo que a pessoa não tenha saúde. “O idoso pode ter pressão alta, diabetes, colesterol alto, ter tido um infarto e, ao mesmo tempo, pode ser saudável, desde que tenha uma rede de suporte, que esteja se sentindo ativo e funcional.”

De acordo com Costa, “ao longo da vida, se a pessoa consegue ter uma reserva funcional, caso ocorra um problema mais grave, ela terá condições de enfrentar a doença de maneira mais efetiva e ainda se manter saudável”. Veja a seguir os caminhos para a qualidade de vida na velhice:

1 – Acompanhamento médico

O controle da pressão arterial, do colesterol, do nível de glicose no sangue e do peso é importante para manter a saúde em dia, evitar e diagnosticar as doenças precocemente.

2 – Nutrição

Uma alimentação saudável e balanceada é fator de prevenção contra, por exemplo, hipertensão arterial, diabetes mellitus e obesidade.

3 – Atividade física

É importante ter estímulos para a prática de exercícios com frequência, seja uma caminhada leve ou uma ginástica em grupo. Algumas atividades também unem a memória ativa, o corpo saudável e a vida social, como a dança de salão.

4 – Estímulos cognitivos

As atividades intelectuais como ler, escrever ou aprender coisas novas melhoram as conexões cerebrais. Quando aprende um novo idioma ou faz uma pesquisa na internet, por exemplo, além dos desafios, o idoso consegue uma melhora cognitiva.

5 – Vida social

A solidão não faz bem para a saúde. Para ter uma ideia desse problema, o Reino Unido até criou recentemente um Ministério da Solidão para combater o isolamento das pessoas, que é tratado como uma “epidemia oculta”.

6 – Cultivar amigos

Ter vínculos com outras pessoas promove mais sensação de bem-estar. Estudos já comprovaram o valor das relações na velhice. Por isso, é imprescindível manter as antigas e criar novas amizades.

7 – Dormir bem e administrar o estresse

A pessoa que não tem uma noite de sono de qualidade pode ter estresse, irritabilidade, cansaço e sonolência. Além disso, dormir mal por muito tempo pode trazer diversos problemas de saúde, como pressão alta, ansiedade, falhas de memória e dificuldade para emagrecer.

8 – Gerenciar risco de queda

As quedas são um dos grandes riscos para perda de funcionalidade no idoso.

Fonte: institutomongeralaegon.org